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Artigos aceitos no encontro da ALAP

Três artigos de pesquisadores do LAM/FACE serão apresentados no encontro da ALAP 2020.

O encontro é organizado pela Asociación Latinoamericana de Población, servindo de espaço para debates sobre os temas de população, mercado de trabalho, saúde e outros de pesquisadores de toda a América Latina. Devido a pandemia, o encontro desse ano será totalmente online. O LAM marca presença com a apresentação de três artigos, dos pesquisadores Bárbara Carrijo, Jaqueline Moraes, Kadny Jordany, Marizélia Ribeiro e Sandro Monsueto.

Abaixo, você pode ler uma síntese dos trabalhos apresentados. As atividades do Congresso e os artigos completos podem ser seguidas no link: https://congresosalap.com/.

 

Quais os custos da informalidade para os jovens brasileiros e mexicanos? (SR.20)

Sandro Eduardo Monsueto; Bárbara Christina Pereira da Silva Carrijo e Marizélia Ribeiro de Souza

Neste artigo, são comparadas as diferenças salariais de trabalhadores formais e informais no Brasil e no México, usando dados de pesquisas domiciliares dos dois países. O artigo mostra que existe uma parcela da diferença que não é explicada pela posse de fatores produtivos evidenciando a existência de um custo da informalidade, principalmente entre os mais jovens. Segundo os autores, esse custo pode influenciar no aumento da taxa de jovens fora da escola e do mercado de trabalho, a denominada geração nem-nem.

 

“Boas” empresas fornecem bons empregos? Um estudo sobre o reflexo do valor adicionado intelectual na qualidade do trabalho. (SR. 18)

Kadny Jordany Vilela de Macêdo; Jaqueline Moraes e Jorge Ricardo Neres Saraiva Nascimento dos Santos

O objetivo desta pesquisa é investigar a relação entre a contribuição da mão de obra para a geração de valor da empresa e a capacidade da mesma de gerar postos de trabalho de melhor qualidade. Para tanto, combinam-se dados de empresas de capital aberto disponíveis na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e na base da Economatica do ano de 2017. Essa relação é feita por um modelo simples de regressão, onde a qualidade do emprego aparece em função do indicador financeiro de capital adicionado intelectual e outras variáveis de controle. Os resultados obtidos indicam que companhias com maiores níveis de capital intelectual não possuem altos níveis de qualidade de trabalho, ou seja, há um distanciamento entre a produção realizada pelos funcionários e o retorno em qualidade do trabalho.

 

Labor Market Quality and Income Inequality: an Approach of Quantile Regression for Panel Data for Brazil (2012 – 2018) (SR.31)

Jaqueline Moraes

Neste artigo, proponho estudar a relação entre a qualidade do mercado de trabalho e a desigualdade de renda nos estados brasileiros de 2012 a 2018. A ideia de testar essa relação veio após alguns estudos que conectam estrutura produtiva do país com desigualdade de renda, mas sem considerar como esse mecanismo passa pelo mercado gerador de renda, o mercado de trabalho. Partindo de alguns estudos mais recentes, abordo o mercado de trabalho pelo seu aspecto qualitativo (qualidade de empregos gerados e não quantidade de empregos gerados), criando um Índice de Qualidade do Mercado de Trabalho – LMQI (Labor Market Quality Index). Com o uso de uma metodologia que vem sendo recentemente empregada na literatura – Regressão Quantílica para Dados em Painel – testo o impacto que o LMQI tem sobre 5 medidas tradicionais de desigualdade – Gini, Mehran, Piesch, T-Theil, e L-Theil – além de testar se esses impactos mudam ao longo da distribuição entre sociedades que são mais e menos iguais. Cheguei à conclusão que, na sua maioria, os impactos são negativamente maiores para os estados mais desiguais, ou seja, uma maior qualidade do mercado de trabalho tem maiores impactos de redução de desigualdade para estados que são mais desiguais. Mais do que isso, quando considero os índices de Gini, Mehran e Piesch de fato os efeitos são negativamente maiores na cauda esquerda da distribuição (estados que são mais desiguais).

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